Etapas do licenciamento ambiental

O licenciamento ambiental é um processo fundamental no Brasil para garantir o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente. 

Trata-se de uma exigência legal para diversas atividades humanas que possam causar impactos significativos ao ecossistema, tais como empreendimentos industriais, infraestruturas, agronegócio, entre outros. 

O objetivo principal é assegurar que tais atividades sejam realizadas de forma sustentável, minimizando danos ao meio ambiente e promovendo o uso racional dos recursos naturais. 

Neste artigo, abordaremos as principais etapas do licenciamento ambiental brasileiro e a importância das empresas em seguirem rigorosamente as leis. Confira!

Etapas do licenciamento ambiental

Agora que você sabe o que é licenciamento ambiental e para que serve, vamos analisar suas etapas na esfera federal. Contudo, antes de começar o processo, é preciso analisar se o seu empreendimento ou atividades realizadas estão sujeitas ao licenciamento ambiental, e qual órgão responsável, em conformidade com as leis específicas do seu Estado e Município.

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as etapas necessárias para o licenciamento ambiental são: 

1. Abertura de processo

A primeira etapa do licenciamento ambiental consiste na abertura do processo junto ao órgão ambiental competente. Nesse momento, o empreendedor formaliza sua intenção de realizar determinada atividade sujeita a licenciamento, e então dá início ao procedimento necessário para obter as licenças ambientais.

O processo de licenciamento tem início quando o empreendedor preenche o formulário de caracterização de atividade (FCA). Esse documento contém informações essenciais que fornecem subsídios ao Ibama para as próximas fases, que são a triagem e a definição do escopo do licenciamento. 

Com a FCA enviada, um processo administrativo é instaurado no Ibama. Em seguida, o empreendedor deve cadastrar esse processo no portal do Governo Federal, após receber o número correspondente.

2. Triagem e enquadramento

Após a abertura do processo, o órgão ambiental realiza uma triagem para verificar se a atividade se enquadra naquelas que exigem licenciamento ambiental. 

Dependendo da complexidade e do potencial impacto, a atividade será classificada em uma das modalidades de licenciamento previstas.

Se a atividade ou empreendimento estiver sujeito ao licenciamento ambiental federal, o Ibama procede com o enquadramento, avaliando o potencial de causar degradação ambiental com base em critérios técnicos, legais e ambientais, além do nível de risco associado. 

Assim, essa análise permite que o Ibama defina o procedimento adequado a ser adotado para o licenciamento.

3. Definição de escopo

Com o enquadramento definido, o escopo do Estudo Ambiental é estabelecido. Esse estudo, que varia em complexidade de acordo com a modalidade de licenciamento, é uma etapa crucial, pois avalia os possíveis impactos ambientais que a atividade pode gerar e propõe medidas de mitigação e compensação.

4. Elaboração do estudo ambiental

O empreendedor é responsável por elaborar o Estudo Ambiental, que inclui o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), quando aplicável. 

Esses documentos são fundamentais para subsidiar a tomada de decisão dos órgãos ambientais, fornecendo informações técnicas sobre o projeto e seus possíveis impactos.

5. Análise de conformidade

O órgão ambiental analisa a conformidade do Estudo Ambiental apresentado. Nessa etapa, são avaliadas a qualidade, a abrangência e a efetividade das medidas propostas para evitar, mitigar ou compensar os impactos ambientais negativos. O órgão pode solicitar esclarecimentos ou complementações caso julgue necessário.

6. Requerimento de licença

Após a análise de conformidade, o empreendedor faz o requerimento da licença ambiental ao órgão competente. Esse requerimento deve conter toda a documentação exigida, incluindo o Estudo Ambiental aprovado.

7. Envolvimento público

Durante o processo de licenciamento, pode haver um período de consulta pública, no qual a população e as partes interessadas têm a oportunidade de se manifestar sobre o empreendimento e seus possíveis impactos. 

O envolvimento público é um mecanismo democrático importante para garantir a transparência e a participação da sociedade no processo.

8. Análise técnica

O Ibama realiza uma análise técnica do empreendimento e do Estudo Ambiental, considerando as contribuições da consulta pública. Essa análise leva em conta os aspectos ambientais, sociais e econômicos relacionados ao projeto.

9. Tomada de decisão

Com base na análise técnica anterior, o órgão ambiental pode tomar a decisão de conceder ou negar a licença ambiental. Em alguns casos, podem ser estabelecidas condicionantes que a empresa deve cumprir para obter a licença.

10. Pagamento

Antes da concessão da licença, o empreendedor deve efetuar o pagamento das taxas e custos associados ao licenciamento.

11. Acompanhamento

Finalmente, após a obtenção da licença, a empresa deve cumprir todas as condicionantes estabelecidas e implementar as medidas de controle ambiental propostas no Estudo Ambiental. O órgão ambiental pode, então, realizar fiscalizações para verificar o cumprimento das obrigações impostas.

A Importância de Seguir as Licenças Ambientais

O cumprimento rigoroso das licenças ambientais é uma obrigação legal e, além disso, traz uma série de benefícios para as empresas e a sociedade em geral:

1. Sustentabilidade ambiental

O licenciamento ambiental garante que as atividades sejam realizadas de forma sustentável, evitando ou minimizando impactos negativos no meio ambiente. Isso é essencial para a preservação da biodiversidade, dos recursos naturais e para a manutenção constante dos serviços ecossistêmicos.

2. Reputação da empresa

Empresas que cumprem suas obrigações ambientais adquirem uma melhor reputação perante a sociedade, consumidores, investidores e órgãos reguladores. A imagem de responsabilidade socioambiental é um fator cada vez mais relevante para a escolha do público.

3. Redução de riscos jurídicos e financeiros

O não cumprimento das licenças pode levar a sanções legais e multas significativas, além de paralisação das atividades. Ocorrem também os riscos de processos judiciais e desgastes financeiros para reparar danos ambientais.

4. Acesso a incentivos e financiamentos

Muitas instituições financeiras e programas de incentivo só concedem financiamentos ou subsídios a empresas que estejam devidamente licenciadas e comprometidas com a sustentabilidade.

5. Responsabilidade social e ética empresarial

O respeito às leis e às comunidades afetadas pelas atividades é uma demonstração de responsabilidade social e ética empresarial. Empresas que prezam por tais princípios tendem a ter um relacionamento melhor com as comunidades locais e, consequentemente, com seus stakeholders.

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Licenciamento ambiental: uma necessidade para o país

Como vimos, o licenciamento ambiental é uma ferramenta essencial para conciliar o desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente no Brasil. O processo envolve várias etapas, desde a análise de impactos até a operação do empreendimento, e deve ser seguido com rigor pelas empresas. 

Além disso, o seu cumprimento é uma obrigação legal, mas também representa uma postura responsável e ética, que beneficia tanto o meio ambiente quanto a própria empresa. 

Ao seguir todas as medidas de controle ambiental, as empresas contribuem para a preservação dos recursos naturais e para a construção de um futuro mais sustentável para as próximas gerações.

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